quinta-feira, 20 de março de 2008

O Cativeiro Babilônico

O protagonista do livro de Daniel é o próprio profeta, um dos muitos jovens judeus levados à Babilônia por ordem expressa de Nabucodonosor, com o objetivo de servirem em sua corte como seus mordomos (Dn. 1.1-8).

Para este fim, Daniel e seus amigos Hananias, Misael e Azarias, mais conhecidos pelos nomes babilônicos “Sadraque”, “Mesaque” e “Abede-nego”, deveriam receber uma educação especial, através do aprendizado da língua, literatura e culinária dos Caldeus.

Com o passar do tempo, esses jovens logo se destacaram por sua acurada sabedoria e pela firmeza de suas convicções religiosas, exemplificada na negativa em se contaminar com as finas iguarias do Rei. Conseqüentemente, a recompensa que receberam do Senhor foi uma aparência física sobremaneira excelente, superior à dos outros.

Essa estrita fidelidade aos seus princípios de Fé os levou, contudo, a enfrentar situações extremamente adversas, a exemplo da fornalha de fogo e da cova dos leões. No entanto, em todos esses episódios eles foram livrados pela mão poderosa do Senhor.

O exílio dos hebreus terminou, mas o povo de Deus continua expatriado. Hoje, nós vivemos, também, numa espécie de exílio, em meio a uma sociedade pagã, corrompida, hedonista, consumista, imediatista. Por isso, hoje, como anteriormente somos exortados pelo Senhor a não nos deixar contaminar pelas “finas iguarias do mundo contemporâneo”.

No entanto, diferentemente do cativeiro babilônico, gozamos hoje de uma grande extensão de liberdade religiosa e de uma herança cultural que em maior ou menor grau foi calcada sobre a fé cristã. Infelizmente, essa cultura tem-se tornado cada vez mais hostil ao cristianismo bíblico e a nossa fé tem sido paulatinamente considerada irrelevante para a sociedade moderna.

A nossa era tem sido descrita como “pós-cristã”, na qual as igrejas se assemelham aos museus e a fé bíblica considerada um anacronismo.

A Babilônia cultural hodierna é identificada e descrita pelos cristãos evangélicos como a visão de mundo adotada pelo humanismo secular.

Protágoras é apontado como fundador inicial dessa filosofia. Seu mote “homo mensura” define a essência do humanismo. Quer dizer que o homem é a medida de todas as coisas e a humanidade representa o fastígio dos seres viventes.

Contudo, antes de Protágoras, lá no Jardim do Éden, as raízes do humanismo já haviam sido fincadas. A ironia é que ela foi apresentada não por um homem, mas por uma serpente. Seu mote não era “homo mensura”, mas “sicut erat dei”.

Essa frase em latim traduz a promessa sedutora de Satanás para nossos antepassados: “e sereis como Deus” (Gn.3.5).

Reflita: Talvez a maior ameaça de Israel não tenha sido a força militar das nações hostis e estrangeiras, mas a dupla ameaça do falso profeta dentro de seus portões e a constante tentação ao sincretismo. Os dois andam juntos. O falso profeta obscurece a antítese entre os caminhos de Deus e as práticas do paganismo (R. C. Sproul).

Continua...

Jáder

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi eu amei essa historia