Cozinha de igreja

Quem nunca sofreu uma decepção na igreja? Provavelmente só quem nunca teve com ela qualquer vínculo.

As decepções são de todos os tipos. São disputas egoístas, falatórios maldosos, hipocrisia e, algumas vezes, irresponsabilidade (ou desonestidade) no trato com o dinheiro dos crentes. Há até quem diga que igreja é como restaurante, nunca se deve ir à cozinha...

A percepção desse fato pode conduzir a algumas posturas. Talvez a mais comum seja a “estou na igreja para servir a Deus, não a homens”. Agir dessa forma pode gerar uma passividade prejudicial e, quem sabe, uma cumplicidade indesejada.

Alguns decepcionados deixam a igreja. É o bloco dos que dizem não precisar de igreja. Não posso falar por eles, mas eu preciso.

É importante notar que a Bíblia não esconde as falhas da igreja primitiva. O livro de Atos contém alguns desentendimentos entre Paulo e Pedro, a mentira de Ananias e Safira, etc. As epístolas relatam muitas vezes os pecados e sujeiras que aconteciam àquela época na igreja.

Então não é mérito da igreja de hoje possuir manchas. Ela sempre as possuiu e há uma razão simples para isso: ela é feita de pessoas doentes que querem se curar, e não de pessoas sãs. É claro que se deve estabelecer uma linha divisória entre o que é pecado inerente a todos os seres humanos e o que é safadeza dos estelionatários da fé (creio que estão me entendendo). Mas a verdade é que não nos decepcionaremos se não criarmos expectativas fantasiosas. Não se pode esperar que a igreja seja uma comunidade perfeita, já que é feita de pessoas imperfeitas.