quarta-feira, 9 de abril de 2008

Quando éramos leprosos diante de Deus - Parte Final

A Lei mosaica determinava que o leproso deveria morar fora da cidade (cf. Lev. 13.45-46), mantendo uma distância de seis passos de outras pessoas e usar roupas de acompanhantes de enterro.
Isso era assim porque era necessário não só proteger a saúde do povo de Israel, mas principalmente porque Deus estava no acampamento e a imundície – morte – tinha de ser separada da presença de Deus – vida. A lepra tornava a pessoa cerimonialmente impura. Excluída do acampamento hebreu, o doente estava alijado da presença de Deus.
Por isso é compreensível a reação dos que estavam com Jesus, no exato momento em que o leproso aproximou-se Dele e, prostrando-se aos seus pés, muitos, com toda certeza, afastaram-se, com medo de serem contaminados pela sua impureza.
Contudo, o texto nos mostra que Jesus, motivado por grande compaixão, tocou-o e o tornou limpo (cf. Mateus 8.1-4).
Jesus havia, naquele momento, perturbado a ordem estabelecida. O seu toque transmitiu pureza, vida, renovação física e espiritual. “O toque de Jesus acabou com a disfunção física e a ‘shalom’ foi restaurada”.
Amigo leitor, o Senhor Jesus nos reconcilia com Deus. A sua pureza nos torna limpos, mais alvos do que a neve. Por Jesus podemos chamar Deus de Pai – ABA.
É por este motivo que a reação de Jesus à disfunção que acometia aquele homem se transformou em padrão para a Igreja e muitos de nossos irmãos, ao redor do mundo, continuam imitando o exemplo de Jesus ao cuidar de enfermos, pobres e párias.
Ordens religiosas dedicaram-se ao cuidado da lepra e pesquisas cientificas dessa e de outras doenças costumavam vir de missionários, únicos dispostos a dedicar parte de sua vida a cuidar de outras pessoas.
Pode-se concluir, portanto, que as curas realizadas por Jesus não são milagres sobrenaturais em um mundo natural. São as únicas coisas verdadeiramente naturais em um mundo que não é natural e sim demoníaco e ferido. (Jurgen Moltmann).
Toda pessoa fisicamente curada morre. Então, o que acontece?

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