quinta-feira, 8 de julho de 2010

Quem é este?

           A igreja neotestamentária é cristocêntrica, isto é, tem Jesus como o centro de tudo, de toda adoração, de todo louvor. Jesus é o “ator” principal do culto. É Ele quem deve ser lembrado e assumir uma posição de destaque durante a adoração comunitária.

Todavia, a história nos mostra e o tempo em que vivemos confirma, que Jesus é um enigma para outras religiões, inclusive para algumas que ainda se dizem cristãs.

Para o Islamismo, Jesus é considerado um grande profeta, o profeta da interioridade, da santidade. Seu nome é Seydna Issa ou Senhor Jesus. Ele é um dos principais profetas do Islã, ao lado de Maomé e Moisés. Para o Espiritismo Kardecista, Jesus foi o espírito mais evoluído, sendo uma criatura como todos nós, um "roteiro de paz e amor". Já para as Testemunhas de Jeová, Jesus foi apenas homem, ou um deus menor, não Deus encarnado.

Por estas e outras razões, é preciso conhecer Jesus, sobretudo o seu caráter e a sua obra. No evangelho segundo Marcos, no capítulo 4, versículos 35-41, encontra-se registrada uma história maravilhosa, que nos servirá de base para as reflexões subseqüentes.

          Nesta passagem, Jesus estava na Galiléia, nas terras do outrora Reino do Norte, mais precisamente no mar da Galiléia.

        A partir da leitura do verso 35, depreende-se que depois de haver ensinado durante longas horas, Jesus, já cansado, entra num braço para atravessar o mar da Galiléia, com destino à Decápolis, à região dos gardarenos. 

         Este mar, consoante sua descrição pela Geografia, situa-se numa depressão, a cerca de 210 m abaixo do nível do mar. Tem 21 km de cumprimento, por 13 de largura. Na parte sul, tem um vale profundo, cercado por grandes rochedos. Por isso, o vento, quando passa por este vale estreito, pode açoitar o lago, provocando tempestades inesperadas e violentas.

Foi o que aconteceu neste dia.

      A primeira lição que aprendemos é a seguinte: Jesus é plenamente humano (verso 38), Ele estava dormindo na popa do barco, isto é, no fundo da embarcação.

          Quem é este homem Jesus?

         O texto nos permite concluir que Jesus, após tanto ensinar, estava exausto e como qualquer um de nós, dormiu, após um longo dia de trabalho.

      Atualmente, há um certo exagero em se afirmar a humanidade de Jesus. O Jesus histórico está em evidência. No livro "Código da Vinci" de Dan Brown, Jesus é descrito como um homem que teve filhos e cuja descendência representaria o verdadeiro significado do Santo Graal.

Contudo, a Bíblia não relata que o homem Jesus teve tempo para constituir uma família particular, fato que não infirma sua plena humanidade.

O milagre da encarnação prova que Jesus era efetivamente humano. A Bíblia narra o nascimento de Jesus, a sua aparência humana e o seu desenvolvimento físico e intelectual (Lucas 2.40-52). Os evangelhos nos mostram Jesus experimento limitações humanas: 

Jesus sentiu fome: Mateus 4.2: “Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome”.

Jesus sentiu cansaço: João 4.6. “E estava ali a fonte de Jacó. Jesus, pois, cansado do caminho, assentou-se assim junto da fonte. Era isto quase à hora sexta”.

Jesus chorou: João 11.32-36. “Tendo, pois, Maria chegado aonde Jesus estava, e vendo-o, lançou-se aos seus pés, dizendo-lhe: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Jesus pois, quando a viu chorar, e também chorando os judeus que com ela vinham, moveu-se muito em espírito, e perturbou-se. E disse: Onde o pusestes? Disseram-lhe: Senhor, vem, e vê. Jesus chorou. Disseram, pois, os judeus: Vede como o amava.”

Jesus também sentiu raiva: João 2. 13-17. “E estava próxima a páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. E achou no templo os que vendiam bois, e ovelhas, e pombos, e os cambiadores assentados. E tendo feito um azorrague de cordéis, lançou todos fora do templo, também os bois e ovelhas; e espalhou o dinheiro dos cambiadores, e derribou as mesas; E disse aos que vendiam pombos: Tirai daqui estes, e não façais da casa de meu Pai casa de venda. E os seus discípulos lembraram-se do que está escrito: O zelo da tua casa me devorará.”

Jesus angustiou-se profundamente: Lucas 22.43-44. “E apareceu-lhe um anjo do céu, que o fortalecia. E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão.”

Por fim, Jesus foi tentado também: Lucas 4.2 “E quarenta dias foi tentado pelo diabo, e naqueles dias não comeu coisa alguma; e, terminados eles, teve fome.”

Irmãos e leitores amigos, em tudo Jesus foi semelhante a nós, mas sem pecado. Jesus não era uma espécie de super-homem, Ele não estava acima de nossas necessidades diárias. Aliás, Ele conhece todas elas. 

Se o Senhor Jesus não tivesse experimentado sensações humanas, não estaria qualificado para nos ajudar em nossas provações e em todos os dissabores de nossa vida.

Quando você deseja fazer alguma coisa, mas nunca fez, você procura alguém com experiência. Saiba, portanto, que Jesus certamente entenderá a sua vida e os seus problemas.

Assim, como afirma o escritor da Carta aos Hebreus (2.17-18): “Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados”.

Continua...

2 comentários:

Anderson disse...

Isso para nós é grande mistério: totalmente homem e totalmente Deus!
Muito boa a postagem!
Abs

Jáder disse...

Sim, certamente, um mistério maravilhoso, veja o que Paulo escreveu em sua primeira carta à Timóteo:
"E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória" (1ª Timóteo, 3.16).
Abraço