domingo, 16 de novembro de 2008

Empresário evangélico lançará refrigerante gospel

Nos últimos cinco anos, o empresário evangélico Moisés Magalhães trabalhou com distribuição de refrigerantes pelo Brasil afora. Agora, decidiu criar sua própria marca, destinada ao rebanho que professa fé idêntica à dele.

Com o improvável nome de Leão de Judá Cola, o refrigerante chegará ao mercado paulistano em dezembro, com um primeiro lote de 12 milhões de litros.

Magalhães diz que 20% de seus lucros vão para a igreja que freqüenta e para obras sociais.

Vi a notícia aqui.

Lembrei daquele texto em Paulo disse que o Reino de Deus não é comida nem bebida...

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Eu tenho vergonha

Vejam o vídeo de Marco Feliciano referido na última postagem que escrevi.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Frase do dia

"Enquanto esperamos para viver, a vida passa rapidamente".

Sêneca

O que é sagrado em sua vida?

Esta semana estive lendo a revista "Veja" e uma entrevista, nas páginas amarelas, chamou minha atenção.
O entrevistado era o fílosofo francês Luc Ferry, ex-ministro da educação de seu país e autor da polêmica lei que baniu o uso do véu por mulçumanas nas escolas francesas. É muito respeitado nos meios acadêmico e político, notabilizando-se por transformar os seus livros em "best selers".
Ferry se alinha ao chamado "humanismo secular". Essa corrente da filosofia propõe o uso da razão crítica em vez da fé na busca de respostas para os assuntos que mais intrigam a humanidade, como o amor, morte e felicidade.
Na obra "Família, amo vocês", o filósofo defende que a família é a única coisa que resta de sagrado no mundo, substituindo a religião como entidade suprema.
Ele faz o seguinte questionamento: quantos fiéis morreriam hoje, no mundo ocidental, pelo seu deus?
Para Ferry, a família é a única entidade realmente sagrada na sociedade moderna, aquela pela qual todos nós, ocidentais, aceitaríamos morrer, se preciso. No século XX o ser humano virou sagrado.
Em rápida síntese, ele afirma que somente é sagrado aquilo pelo qual temos coragem de doar nossas vidas, pelo qual vale a pena morrer.
Durante a história, percebe-se que o homem abriu mão de sua vida por três grandes causas: por
Deus, pela pátria e pelas revoluções.
Segundo ele, hoje, no ocidente, ninguém mais aceita morrer por um deus, país ou ideal. Os filhos é que se tornaram o principal canal para o homem tentar transcender espiritualmente.
Por isso, a perda do ser amado tornou-se um luto, aumentando o descontentamento do mundo ocidental, no qual o homem se transformou num ser eternamente insatisfeito.
No final, Ferry arremata: "Mais do que nunca, vivemos num mundo no qual a religião não é suficiente para dar ao homem a resposta que ele procura".
Certamente, na religião, não há respostas para as agruras de nossa existência. Mas, a nossa Fé está firmada no Deus vivo, não nos homens ou em seus dogmas.
"E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna".
Mateus 19.28-29.

domingo, 2 de novembro de 2008

Pastor usa nome de Jesus para fazer 'merchan' de consórcio na TV

Se existe uma "vítima" da chamada Teologia da Prosperidade ela é a própria palavra escrita na Bíblia. Essa teoria (ou prática teológica) tem se disseminado de forma surpreendente, e é defendida por evangélicos que crêem --grosso modo-- que Deus tem algum tipo de dívida para com o ser humano, ou que tem uma espécie de acordo (com ares de obrigação) de dar-lhe riqueza e felicidade caso a pessoa realmente tenha fé e o queira. A contrapartida geralmente é o fiel desembolsar alguma riqueza própria (dinheiro) em troca da riqueza maior futura.

O pastor evangélico Marco Feliciano, do Ministério Tempo de Avivamento, leva a teoria às últimas consequências em site e em programa na Rede TV. Enquanto garante que Deus atenderá a todos os pedidos de "fiéis", "perseverantes" ou "valentes", ele aproveita e vende cursos de teologia, DVDs, CDs de músicas e camisetas. Até aí, ok, nada demais. Mas ele também usa o nome de Jesus em merchandisings.

Segundos após realizar uma oração inflamada (que inclui palavras de língua desconhecida), pastor Feliciano ressurge como garoto-propaganda no mesmo cenário para vender um consórcio de casa própria, o GMF Consórcios.
 "Você realiza, então, em nome de Jesus, o sonho da casa própria", diz o pastor.

Bíblia, hermenêutica e edição

Os pastores e bispos adeptos da teologia ou teoria da prosperidade fazem uso da hermenêutica na leitura da Bíblia para garantir que o que estão fazendo não viola as regras de Deus ou de Jesus. Trata-se de uma espécie de "edição" de conteúdo: cada um usa a Bíblia da forma que lhe interessa.

Senão vejamos: a orientação divina para que os humanos não se percam em desejos materiais em detrimento ao amor por Deus está citada duas vezes, de forma muito semelhante, em dois diferentes Evangelhos.

Em Lucas, 16:13, lê-se: "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas."

Da mesma forma, em Mateus 6:24, está: "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom".

Por outro lado há outro trecho em Lucas , 11:9, que diz que ao pedir algo a Deus, o fiel simplesmente receberá o que deseja (de acordo com o merecimento e fé, pressupõem-se). Mas sem precisar fazer um carnê de desafio com uma igreja. Sem intermediários.

"Por isso eu digo: peçam e vocês receberão; procurem e vocês acharão; batam, e a porta será aberta para vocês." No caso do pastor do "merchan", a porta começa com um consórcio para a casa própria.

Ricardo Feltrin

Colunista do UOL

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Mercantilização

A notícia que uma ex-participante do Big Brother italiana está vendendo a sua virgindade por 2,6 milhões de dólares me fez pensar sobre como absolutamente tudo está se tornando uma mercadoria nos dias de hoje.

As coisas mais importantes e sublimes da vida passaram não ter apenas valor, mas preço também. O resultado disso é que tudo acaba ficando, como uma mercadoria de fato, efêmero e descartável.

Esse fenômeno da atualidade não está acontecendo somente fora das portas da igreja. Há muito tempo já estamos sendo influenciados por essa mercantilização.

Posso aqui mencionar alguns exemplos do que estou falando. O primeiro é o mais extremo: é o caso da IURD, que barateia o evangelho e o transforma numa simples relação de troca, de dar e receber, entre Deus e o homem.

Outro exemplo é o da maioria dos tele-evangelistas, que apresenta Jesus como a solução de todos os problemas das pessoas, que precisam apenas comprá-lo, ou aceitá-lo, como dizem.

As igrejas estão cheias de pessoas para as quais o evangelho não passa de uma mercadoria, e o céu, um supermercado espiritual (como já mencionei aqui no blog em uma postagem com um tema muito parecido com este), a que podem se dirigir de acordo com suas necessidades.

O evangelho é bem mais que essas coisas. É o poder de Deus que transforma as pessoas. É um estilo de vida que tem como alvo adorar a Deus e amar o próximo. Não podemos nos esquecer destas coisas.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Reforma e Ecumenismo

O aniversário da Reforma pode trazer a debate a velha questão ecumênica. É preciso tomar cuidado, sobretudo se o ecumenismo significar concessões doutrinárias para aproximar as igrejas.

Francisco Solano Portela Neto, no artigo A mensagem da Reforma para os dias de hoje, informa a existência de dois cânones escritos no auge da Contra-Reforma e que nunca foram derrogados pela Igreja Católica:

Cânon 9: Se alguém disser que o pecador é justificado somente pela fé, querendo dizer que nada coopera com a fé para a obtenção da graça da justificação; e se alguém disser que as pessoas não são preparadas e predispostas pela ação de sua própria vontade—que seja maldito.

Cânon 11: Se alguém disser que os homens são justificados unicamente pela imputação da justiça de Cristo ou unicamente pela remissão dos seus pecados, excluindo a graça e amor que são derramados em seus corações pelo Espírito Santo, e que permanece neles; ou se alguém disser que a graça pela qual somos justificados reflete somente a vontade de Deus—que seja maldito.