Esta semana estive lendo a revista "Veja" e uma entrevista, nas páginas amarelas, chamou minha atenção.
O entrevistado era o fílosofo francês Luc Ferry, ex-ministro da educação de seu país e autor da polêmica lei que baniu o uso do véu por mulçumanas nas escolas francesas. É muito respeitado nos meios acadêmico e político, notabilizando-se por transformar os seus livros em "best selers".
Ferry se alinha ao chamado "humanismo secular". Essa corrente da filosofia propõe o uso da razão crítica em vez da fé na busca de respostas para os assuntos que mais intrigam a humanidade, como o amor, morte e felicidade.
Na obra "Família, amo vocês", o filósofo defende que a família é a única coisa que resta de sagrado no mundo, substituindo a religião como entidade suprema.
Ele faz o seguinte questionamento: quantos fiéis morreriam hoje, no mundo ocidental, pelo seu deus?
Para Ferry, a família é a única entidade realmente sagrada na sociedade moderna, aquela pela qual todos nós, ocidentais, aceitaríamos morrer, se preciso. No século XX o ser humano virou sagrado.
Em rápida síntese, ele afirma que somente é sagrado aquilo pelo qual temos coragem de doar nossas vidas, pelo qual vale a pena morrer.
Durante a história, percebe-se que o homem abriu mão de sua vida por três grandes causas: por
Deus, pela pátria e pelas revoluções.
Segundo ele, hoje, no ocidente, ninguém mais aceita morrer por um deus, país ou ideal. Os filhos é que se tornaram o principal canal para o homem tentar transcender espiritualmente.
Por isso, a perda do ser amado tornou-se um luto, aumentando o descontentamento do mundo ocidental, no qual o homem se transformou num ser eternamente insatisfeito.
No final, Ferry arremata: "Mais do que nunca, vivemos num mundo no qual a religião não é suficiente para dar ao homem a resposta que ele procura".
Certamente, na religião, não há respostas para as agruras de nossa existência. Mas, a nossa Fé está firmada no Deus vivo, não nos homens ou em seus dogmas.
"E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna".
Mateus 19.28-29.
2 comentários:
A constatação do filósofo não deixa de ter pertinência. Os cristãos da Antigüidade entregavam a vida por amor a Jesus. No entanto, hoje, não queremos perder absolutamente nada em nome da fé. Cabe a reflexão sobre o assunto.
A reflexão do filósofo, reafirma a lei moral, mais importante que deixou Jesus, a do amor. Amar a família, o próximo e a si mesmo. Não é preciso abrir mão da família, para seguir este ensinamento.
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